A agilidade não deve ser tratada como um conjunto de rituais fixos, mas como um meio para alcançar soluções eficazes e sob medida para cada contexto. Como bem pontua Juliano Ribeiro, "a abordagem ágil deve ser um conjunto de práticas que resolve um conjunto de problemas. Ela não é o fim em si mesma, mas o meio pelo qual encontramos soluções sob medida".
Essa reflexão me fez lembrar de quantas vezes já presenciei times rodando metodologias ágeis sem sequer questionar se a maneira como estavam aplicando fazia sentido para sua realidade. O que deveria ser um meio para gerar valor acaba virando um fim em si mesmo. Já passou por isso?
Agilidade sem resultado não é agilidade
Kent Beck, criador do Extreme Programming, já dizia: "Qualidade não é apenas ausência de defeitos, mas a presença de valor". Se os métodos ágeis não estão impulsionando entregas melhores e mais rápidas, é hora de reavaliar se estamos realmente sendo ágeis ou apenas seguindo rituais sem propósito.
Peter Drucker, referência em gestão, reforça: "Não há nada tão inútil quanto fazer com grande eficiência algo que não deveria ser feito". Muitos times caem na armadilha de medir sucesso por indicadores que se desviam do valor original. Mensuram cerimônias realizadas, Story Points ou ainda mais grave, horas entregues. O ponto aqui não deixar de medir ou analisar tudo isso, desde que não substituam a visão de progresso e performance sobre os entregáveis finais de valor.
Um exemplo claro disso é granularização em excesso no fluxo de trabalho. Você já reparou como algumas equipes (sem intenção maldosa) focam-se em boards repletos de tasks/atividades que não são o entregável final? Representando, dessa maneira, tarefas isoladas que, no final, não geram valor real? Parece que há muito movimento, mas pouco impacto. A pergunta que precisamos nos fazer é: esse fluxo realmente está demonstrando visibilidade sobre o progresso do entregável de valor?
Como se direcionar para a agilidade que gera impacto real?
Se a agilidade que você pratica não tem gerado impacto mensurável, está na hora de recalibrar o foco. Afinal, o objetivo nunca foi “ser ágil”, mas sim entregar melhores resultados.